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domingo, 27 de junho de 2010

AVIVAMENTO

O avivamento é nem mais nem menos que o impacto da personalidade de Jesus Cristo sobre uma igreja ou comunidade. A área inteira se torna consciente de Deus. - Duncan Campbell
As Ilhas Hébridas são pequenas ilhas que ficam a noroeste da Escócia, a maior das quais se chama "Lewis e Harris".
O avivamento começou em 1949 quando duas irmãs, senhores de idade, Peggy e Christine Smith, começaram a orar por um avivamento. Elas acreditaram que Deus as deu a promessa de Isaías 44:3: "Porque derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca."
No mesmo tempo, sem saber das irmãs Smith, setes homens tinham se comprometido a reunuir-se três vezes na semana para orar por um avivamento. No seu livro "Bright and Shining Revival"1(Avivamento Brilhante e Reluzente), Kathie Walters descreva o que acontece uma noite, depois de mêses de oração:
Finalmente, uma noite, um jovem diácono se levantou dos seus joelhos e começou a ler Salmo 24,"Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação."
Em resposta a este desafio de Deus, eles caíram aos seus joelhos em confissão e reconsagação e começaram a pedir com ainda mais sinceridade. Uma hora depois, três deles estavam postrados no chão - exaustos. Às cinco horas da manhã, o avivamento chegou! O celeiro estava repentinamente cheio da glória de Deus, e o poder que se manifestou encheu aquele pequeno celeiro, e abalou toda a comunidade.
O pastor da igreja local, o Reverendo James McKay, convidou um pregador chamado Duncan Campbell para visitar a ilha e abanar as chamas de avivamento. No inicio, Campbell recusou o convite por causa de ter uma conferência marcada pelo mesmo tempo, porém as irmãs Smith encorajavam o pastor McKay que Campbell, de fato, iria visitar a ilha, e a outra conferência foi cancelada na última hora.
Na sua primeira noite na ilha, Campbell pregou na igreja lotada, porém aparentamente sem um grande mover do Espírito. Algumas pessoas continuavam orando numa casa depois do culto:
Na cabana aproximadamente trinta pessoas se ajoelharam em oração e começaram a interceder diante de Deus. Às aproximadamente 3 horas da manhã, Deus invadiu o lugar e uma dúzia foram postradas, atônitas, no chão. Algo tinha acontecido - Deus estava agindo, como Ele tinha prometido. O avivamento tinha chegado e os homens e mulheres estavam a prestes a encontrar a libertação.
Quando o grupo deixou a cabana, eles acharam homens e mulheres buscando Deus. Luzes estavam acesas nas casas ao longo da estrada - ninguém parecia estar pensando em dormir. Três homens foram encontrados deitados pela margem de estrada numa torrente de convicção, clamando para Deus ter misericórdia neles! O Espírito de Deus estava entrando em ação e logo a paróquia de Barvas seria completamente agitada.1
No seu livro "O Fogo do Reavivamento"2, Wesley Duewel fala sobre o segundo culto do Campbell, na noite seguinte:
O segundo culto terminou no mais completo silêncio. Deus falava aos corações. No final, Campbell despediu a multidão e o prédio esvaziou-se. Mas, de repente, a porta da igreja abriu-se de novo e um presbítero fez sinal para Campbell ir até ele. A congregação inteira estava do lado de fora, tão tocada pelo Espírito que ninguém queria ir embora. Outras pessoas, que não tinha assistido ao culto, foram atraídas de suas casas pelo poder do Espírito Santo. Muitos rostos mostravam profunda aflição.
Campbell chamou todos de volta para a igreja. A presença majestosa de Deus era tão profunda que os não-salvos começaram a gemer aflitos e a orar arrependidos. Até os cristãos sentiram o peso do seu pecado. De repente, um grito vibrou no ar. Um dos soldados de oração do grupo dos jovens foi tocado até o ponto de agonia, enquanto derramava a sua alma pedindo o reavivamento. Ele caiu prostrado no chão em transe. Homens fortes clamavam por misericórdia e, à medida que cada um recebia a segurança da salvação, outros louvavam a Deus e até davam gritos de alegria. Uma mãe colocou os braços ao redor do filho, agradecendo a Deus, enquanto lágrimas de alegria corriam pelas suas faces. As orações de anos foram respondidas.
Durante cinco semanas, o poder de Deus foi derramado sobre aquela região. Numa ocasião, quase seissento pessoas, encaminhado para a igreja, foram tocadas derrepente pelo poder do Espírito Santo e se ajoelharam na estrada em arrependimento. Duncan Campbell conduzia quatro cultos todas as noites enquanto durava o mover poderoso de avivamento.
O fogo de avivamento se espalhou para outras comunidades. Kathie Walter relata o que aconteceu na pequena aldeia de Arnol:1
Há pessoas em Arnol hoje que podem verificar o fato que enquanto o irmão orou, os pratos no armário balancavam enquanto Deus liberou o Seu poder. Em seguida, onda depois de onda do poder divino passou pela sala. Simultaneamente, o Espírito de Deus passou pela aldeia. As pessoas não puderam dormir e as casas ficaram iluminadas a noite toda. Pessoas andavam as ruas em grande convicção; outros se ajoelharam ao lado de sua cama, chorando para perdão. Quando os homens sairam da reunião de oração, o pregador entrou numa casa para pedir um copo de leite e encontrou a dona da casa com sete outras mulheres de joelhos, clamando a Deus.
Dentro de 48 horas o bar, normalmente lotado com os homens da aldeia, estava fechado. 14 jovens que estavam bebendo foram gloriosamente convertidos. Estes mesmos homens poderiam ser achados depois, três vezes por semana, com outros nos seus joelhos, orando para os seus colegas e para a expansão de avivamento. Foi nesta aldeia que, dentro de 48 horas, muitos jovens tinham entregue as suas vidas a Cristo, e poderiam ser achados nas reuniões de oração!
A presença de Deus começou a se espalhar pela região, e havia mais duas ondas de avivamento, em 1952 e 1957. O Keswick Journal de 1952 falou sobre os frutos do primeiro avivamento:1
Mais pessoas estão comparecendo às reuniões de oração em Lewis hoje que assistiram aos cultos no domingo antes do avivamento. Males sociais foram varridos como por uma inundação nas comunidades tocadas por este movimento maravilhoso. Homens e mulheres estão vivendo para Deus. Adoração familiar está em quase todas as casas; cinco ou seis reuniões de oração uma semana na paróquia; os pastores e presbíteros estão edificando homens e mulheres na fé. De todas as centenas que viraram a Cristo na primeira onda do Espírito Santo, até agora, só quatro mulheres jovens deixaram de comparecer às reuniões de oração.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

dons espirituais

AP - Benefícios do Orar em Línguas Estranhas
por Pr. Jelson Becker
Benefícios do Orar em Línguas Estranhas

1 Coríntios 14:6 - Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? 23 - Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas , no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?39 - Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas

Tenho viajado por muitas cidades e depois de ministrar em diversas denominações evangélicas posso afirmar com propriedade que a contemporaneidade dos Dons Espirituais  (I Co 12, 13, 14) já não gera as mesmas brigas como no passado, porém, infelizmente ainda gera em alguns líderes um certo desconforto e frustração.
A grande verdade é que ainda resta um considerável grupo de pastores e teólogos que tiveram uma formação acadêmica tradicional, profundamente influenciada pelos princípios iluministas de alguns séculos atrás. A crítica textual, a teologia da libertação e tantos outros movimentos que surgiram na história da igreja aparentemente trouxeram algumas verdades relevantes, porém ao analisarmos seus frutos descobrimos a árvore, correspondem a um verdadeiro câncer em meio ao pensamento teológico.
Tendo em mente este quadro, fica fácil entendermos a motivação de diversos líderes da década de 70, que ao experimentarem um avivamento espiritual em suas comunidades locais, foram logo forjando a errônea argumentação contrária ao estudo teológico... quem nunca ouviu o chavão neo-pentecostal “...a letra mata e o Espírito vivifica...”.
O fato é que não só a letra, mas também a letra, pode nos matar espiritualmente. Da mesma forma que apenas as experiências empíricas, espiritualmente não nos dão consistência para crescimento. Muito mais que o estudo teológico, o problema das igrejas, líderes e cristãos sempre foi a vida de pecado e superficialidade devocional, esses elementos sim  nos levam para o sepulcro caiado.
Já passei daquela fase, em que investia tempo argumentando com outros irmãos, líderes e até pastores... tentando provar biblicamente que Deus continua sendo o mesmo, ontem, hoje e o será eternamente... As escrituras estão repletas de argumentos, provas e evidências de que ao longo da história, Deus sempre permaneceu imutável em seus princípios, valores e métodos.  Creio piamente que ainda em nossos dias Deus tem seus valentes espalhados pelo globo terrestre manifestando o Poder do Espírito Santo com sinais tão sobrenaturais quantos os que Moisés realizou diante de Faraó. David Quinlam, compartilhou comigo o testemunho de um missionário amigo dele, que tem dedicado sua vida a evangelizar pessoas simples, moradoras nas montanhas do México e que ao longo de todos os anos de seu ministério, esse missionário já presenciou mais de 30 pessoas serem ressuscitadas pelo poder do Senhor Jesus.
A Bíblia afirma em João 14:12  “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.”. Para muitos essa declaração é bobagem e não deve ser interpretada literalmente, para outras essas “obras maiores” significa o crescimento e dispersão da igreja ao redor da terra, porém para mim faz referência as manifestações do poder do Espírito Santo em nossos dias.
Quando houve a Reforma Protestante sabemos pela história, que surgiu outro movimento de menor expressão chamado Contra Reforma, o qual liderados pela igreja Católica Romana afirmavam ser os únicos detentores da verdade bíblica e revelação divina na terra, reivindicando sobre si autoridade única na qualidade de Madre Igreja.
A Igreja Romana sempre recorreu aos inúmeros testemunhos de milagres registrados na história para legitimar sua  veracidade e atacar os “hereges” protestantes exigindo que estes realizassem os mesmos milagres que Pedro(Pedra) e outros apóstolos e santos canonizados realizaram ao longo dos seus ministérios.
Na Reforma, isso constituiu um ponto crítico de divergência, pois os teólogos católicos apontavam para um mar de milagres registrados desde o tempo dos pais até a Idade Média. Não foram esses milagres realizados em associação com santos católicos, sacrários católicos e relíquias católicas ? Não eram eles provas de que o catolicismo era verdadeiro ?
Em contra partida de sua parte, que prova ofereciam os protestantes de que sua interpretação da Bíblia estava correta ? Poderiam eles produzir milagres em apoio a seus ensinamentos ? Eles se viram forçados a desenvolver uma resposta que explicasse por que aquele número de testemunhos de milagres aparentemente infinito durante os 1.500 anos anteriores não apresentava nenhuma força para tirar-lhes a credibilidade.
Os reformadores (Calvino, Lutero, Zuínglio, Simons, Stattler, etc.) não operavam milagres como Paulo, Pedro ou Tiago. Existe alguns manuscritos afirmando que Lutero orava em Línguas Estranhas, e que tivera algumas experiência de cura com uma de suas filhas, apenas isso. No lugar de acreditarem nas palavras de Jesus em  João 14:12, sobre as “obras maiores”, desenvolveram uma teologia cessacionista que afeta o pensamentos de muitos líderes até hoje. Além de Calvino, Lutero também disse a seguinte bobagem: "... o tempo dos milagres já passou". Com uma declaração dessas é evidente que não presenciariam milagres nem mesmo “obras iguais” as realizadas por Jesus e  muito menos as “obras maiores”!
Talvez você seja uma dessas pessoas, hiper dispensacionalistas ou cessacionistas que foram programadas para acreditar que a igreja primitiva, aquela dos apóstolos e dos milagres é diferente da igreja de nossos dias e as manifestações sobrenaturais já cessaram. Que atualmente Deus não opera mais da forma como lemos nas páginas das Sagradas Escrituras, e que a igreja primitiva encerou em At 28:23-31(...), logo você acredita que a igreja de nossos dias é diferente daquela apresentada pelos apóstolos.
Caso você seja assim... questionador e pragmático... quero que saiba que compreendo suas dúvidas, conheço seus argumentos e sei muito bem como você entra em crise ao ouvir outro irmão pentecostal gritando em línguas estranhas perto de você... eu compreendo tudo isso que você sente, pois um dia eu também já fui assim. E confesso que perdi um tempo precioso de minha caminhada cristã acreditando nessas crendices teológicas, precisando repetir para mim mesmo que todos os outros “cristão avivados” estavam errados e eu na minha mediocridade tinha a razão acima de meus sentimentos. Esse sentimento é muito parecido ao do espírita kardecista que por conviver intimamente com o oculto e sobrenatural se julga superior e mais preparado que os demais cristãos nominais.
O fato é que quero falar dobre um Dom Espiritual, o qual recebemos mediante fé, obediência e soberana vocação divina. Desta vez não vou nem compartilhar testemunhos de paralíticos que já vi andar, ou surdos que passaram a ouvir... nem tratarei de pessoas que tinham uma de suas pernas dez centímetros  mais curta que a outra e depois de um período de ministração do Espírito Santo tiveram sua perna milagrosamente crescida.
Quero falar apenas sobre orarmos em Línguas Estranhas, algo que na perspectiva do apóstolo Paulo é “o menor de todos os dons”. Alguns céticos e outros frustrados fundamentalistas aproveitam essa declaração de Paulo para mentir dizendo que esse assunto não é importante e não merece considerações.
Coisa alguma que Deus nos dá é sem valor. Nada, absolutamente nada que o Pai tem reservado para sua igreja é em vão; tudo tem proveito e utilidade. Em sua grandiosa graça, Ele nos concede suas dádivas com a finalidade de sermos aperfeiçoados e edificados.
O falar em línguas não é algo sem importância. Ele foi dado para o nosso benefício, para a nossa edificação pessoal. Nesta prática há benefícios que transformam nossas vidas, e que quando negligenciados entristecem profundamente a Deus.
Como falei no início, tenho viajado muito... e existem muitas bobagens a respeito do falar em Línguas Estranhas. Uma delas é acreditarmos que as pessoas que falam em Línguas são mais espirituais do que as que ainda não receberam esse DOM. Isso é um mito pentecostal e de bíblico não existe nada! Outra mentira que me disseram é que para receber o Dom de falar em Línguas Estranhas eu precisava me sacrificar... e assim inconscientemente anular e competir com todo o sacrifício que Jesus já realizou por mim na Cruz do Calvário.
Porém de todos os mitos o pior que escutei foi o conceito de Batismo com/no Espírito Santo como condição para vida eterna, algumas igrejas ensinam até os dias de hoje. Tentaram nos convencer de que no momento da conversão, o Espírito Santo não passa a habitar em nós e agora, segundo eles, precisamos receber o Batismo com/no Espírito Santo, e se mediante essa manifestação de poder não falarmos em outras Línguas então jamais entraremos no Reino dos Céus... De todos os mitos esse é o pior!
Para Aqueles que Desejam Receber o Dom:

Não fique confuso, nem com medo desse assunto, vá em frente, supere todas as mentiras teológicas que você já escutou a esse respeito e analise comigo os seguintes fatos:

I Coríntios 14:2-6 - “Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. 3  Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.4  O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. 5  Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação. 6 Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina?”

(1) No momento em que recebemos a Jesus como nosso único e suficiente Senhor e Salvador, o Espírito Santo passa a fazer habitação dentro de nós, e nós somos selados por ele (Ef 1:13), logo é um erro dizer que uma pessoa crente em Cristo Jesus não possua o Espírito Santo habitando dentro dela só porque não fala em Línguas Estranhas. Porém o Espírito Santo é uma pessoa com a qual não só podemos, mas devemos nos relacionar, inclusive podemos entristece-lo (Ef 4:30) e culminar num processo de apostasia espiritual.

(2) Dons Espirituais são para cristãos que desejam cumprir a tarefa da Grande Comissão (Mt 28), eles não são concedidos para brincarmos de colecionar o maior número de Dons e assim “arrotarmos espiritualidade”. Pessoalmente gosto de estimular cristãos recém convertidos a orarem a Deus pedindo que Ele os conceda o Dom Falar em Línguas Estranhas, creio que isso é muito saudável e edificante para uma pessoa recém convertida, pois a Bíblia nos ensina que“quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus” (ICo 14:2) e já que Paulo falou que esse é o menor dos Dons Espirituais porque não começar por ele mesmo? Alguns irmãos são tão orgulhosos que não querem “perder tempo” orando a Deus pedindo o “menor dos Dons”, querem apenas ser usados por Deus como Pastores,  Mestres,  em Palavra de Conhecimento ou Profecia... mas não estão dispostos a serem usados por Deus em Línguas Estranhas.

(3) Não é porque você foi selado no Espírito Santo no momento de sua conversão, que agora você esteja vivendo na “Plenitude do Espírito”  e que tenha intimidade com Deus Espírito Santo. Esta intimidade e profundidade espiritual sim,  é algo sectário a conversão, que só experimentaremos mediante uma vida consagrada aos pés da cruz, disciplinada em jejuar e orar periodicamente e treinada a ouvir a voz do Mestre. Somente assim estaremos experimentando os“poderes da era vindoura” (Hb 6:5) e presenciaremos os sinais do Reino de Deus seguirem as nossas pregações. “Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja.” I Co 14:12

(4) Quando recebemos o dom de falar em Línguas Estranhas, geralmente surge em nossa mente palavras ou frases que jamais estudamos ou tivemos oportunidade de decorar anteriormente. Assim semelhante a crianças quando aprendem a falar, experimentamos repetir tais expressões. Muitos recebem o dom, mas por causa do medo ou vergonha, permanecem calados... logo o Dom não é exercitado e o cristão sai frustrado pensando que Deus iria tomar a boca dele, semelhante a uma metralhadora e sair disparando frases em outros dialetos, idiomas que jamais foram por ele estudados ou até mesmo na língua dos anjos e assim a interpretação só poderia ser espiritual, mediante a operação de outro dom, chamado de interpretação das línguas estranhas. 

Quando eu conversava com amigos meus que já haviam recebido esse dom, costumava perguntar-lhe como é que isso funcionava! Minha incredulidade e meu pragmatismo precisava ser saciado, e as respostas deles só me deixavam ainda mais confuso. Certa vez uma amiga minha falou que orar em línguas era semelhante a “uma cachoeira que jorrava muita água de nosso interior”, muito poético na minha opinião, porém nada esclarecedor.
Esqueça todas as coisas que já lhe disseram a respeito desse assunto, a verdade é que existe muita gente por ai, que nunca falou em Línguas Estranhas, nem presenciou alguém exercitando esse dom, mas abre sua boca para emitir pareceres dúbios sobre esse assunto.
É impossível descrever qualquer tipo de experiência com Deus, podemos observar seus frutos, seus resultados e assim discernir a árvore... porém tentar explicar o que acontece no interior do ser humano quando ele fala em línguas é pura perda de tempo. Cada experiência é individual, Deus tem uma forma muito especial de se manifestar a você, e com certeza ela é tão individual que será diferente da forma como ele se manifesta a mim.
Aconselho você a parar de questionar as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo e a passar a clamar em oração pedindo que Ele venha conceder a você também essas mesmas experiências. Sabe, o homem da pós-modernidade esta cansado de observar, estudar, criticar, ouvir ou meditar a respeito de Deus, assim fizeram os cristãos de poucos séculos atrás. O que a humanidade procura na pós-modernidade é muito mais que apenas entender Deus e estuda-lo... queremos é EXPERIMENTAR  Deus em toda sua plenitude.
Isso explica o grande crescimento de seitas e movimentos esotéricos, espiritualistas, ocultistas e até mesmo o ressurgimento do satanismo em resposta a essa necessidade que a geração da pós-modernidade carrega latente em sua alma e em resposta ao ostracismo religioso de muitas denominações cristãs. Agostinho já disse: “O homem foi feito para Deus e só poderá encontrar satisfação em Deus”, existe uma necessidade latente em todo ser humano de experimentar “o espiritual” e não apenas freqüentar igrejas para ouvir alguém falando sobre ele.
(5) Em virtude de muitos ficarem inibidos, receosos ou até mesmo medrosos em relação as manifestações do Espírito Santo, muitos líderes preferem dar “liberdade para Deus manifestar seus dons” (II Co 3:17) ao invés de ficar policiando todos os presentes na reunião para saber se toda palavra falada em alta voz em Línguas Estranhas esta ou não sendo interpretada, conforme diz (I Co 14: 18-32).  Muitas vezes orei em Línguas Estranhas no meio do culto e aparentemente nenhum dos presentes na reunião se levantou atrás de mim para interpretar o que eu estava dizendo, mas no final da reunião algumas vezes já fui surpreendido por pessoas que me procuraram para dizer que haviam recebido aquela interpretação e ficaram com medo de compartilhar com toda a igreja ou era algo tão individual que preferiram permanecer calados e guardar apenas para si o que estava sendo interpretado, pois afinal, “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas;” I Co 14:32.

(6) Alguns ainda insistem em argumentar dizendo que em público no culto da igreja a aplicação do texto de I Co 14:27-28 “No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete.  Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.” deve ser literal. Para esses eu solicito que leiam no mesmo capítulo os versículos 34 e 35 que dizem: “conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina.  Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja”.Infelizmente o zelo de alguns líderes frustrados por não  falarem em Línguas Estranhas tem impedido outros irmãos de darem liberdade para as manifestações espirituais de Deus durante os cultos em algumas igrejas, assim todo seu zelo cai por terra ao esquecerem o que diz o verso 39  “Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas.”

(7) Não busque as experiências, mas busque a Deus, deixe que os sinais do Rino sigam você naturalmente! Retire de seu coração as motivações carnais, Deus não tem a obrigação de suprir sua baixa auto-estima nem seu complexo de inferioridade dando-lhe as manifestações sobrenaturais que você tanto idealiza. Experimente tornar-se amigo de Deus, semelhante a Enoque que andava com Ele, e você descobrirá o extraordinário poder do Espírito Santo manifesto em sua vida e através dela.



Para Aqueles que já Receberam o Dom:

A maioria dos crentes que já receberam o Dom e passaram a Falar em Línguas, precisam compreender que receberam de Deus mediante a imposição de mãos algo que pode ser apagado, quando não exercitado - 2 Timóteo 1:6 “Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos”.
Os conceitos são diversos, mas a grande maioria não vê um propósito no uso contínuo da linguagem sobrenatural da oração do Espírito Santo. Então eu pergunto, se quem fala em línguas não entende com profundidade o motivo para exercitar esse Dom, o que esperar daqueles que ainda não falam? Mas quando a igreja começar a experimentar o sublime propósito desta dádiva de Deus, haverá um anseio maior pela manifestação do Falar em Línguas em nossas reuniões.
Já é tempo de compreendermos que mediante o uso das Línguas Estranhas podemos enriquecer nossa vida espiritual, sendo edificandos. Há bênçãos e vantagens a serem desfrutadas na disciplina dessa prática. E sei que o apóstolo Paulo não pensava de forma diferente, pois chegou ao ponto de declarar: "dou graças ao meu Deus, que falo em línguas mais do que todos vós" (I Co.14:18).
Caso não houvesse proveito algum nas línguas, será que Paulo agradeceria a Deus por isso? Você acha ainda que ele as usaria tanto, como ele enfatiza ao dizer que o fazia mais do que todos os coríntos? E olhe que os coríntos falavam mesmo em línguas! Havia um uso intenso nesta igreja, que chegou até mesmo a transformar-se em abuso, que foi um dos motivos que fez com que o apóstolo escrevesse corrigindo-os.
Note que ele não disse que falava em línguas mais do que eles no sentido de diversidade, mas a ênfase recai no valor da prática, o que claramente aponta para a quantia de tempo que ele investia nesta atividade. E por que agradecer a Deus por gastar tanto tempo falando em línguas se o mesmo capítulo nos fala que enquanto falamos em línguas nossa mente fica infrutífera? É evidente que Paulo descobriu "uma mina de ouro", uma fonte de poder e edificação! “O que fala em línguas, edifica-se a si mesmo..." I Coríntios 14:4
Edificar é construir, fazer crescer, levantar algo. Do ponto de vista espiritual edificação significa crescimento; falta construir algo a mais sobre o alicerce da fé em Jesus. O falar em línguas acrescenta em nós, de forma paulatina, tudo o que necessitamos para o nosso andar com Deus.
Foi durante longos períodos de jejum e oração, depois de horas ininterruptas repetindo poucas palavras e expressões que em mistério eu havia recebido de Deus que Ele foi diversificando as Línguas Espirituais, e assim pude entender a variedade de línguas.
Caso você tenha recebido do Senhor a ministração de qualquer Dom Espiritual e há muitos anos já não os exercita mais, é hora de começar a orar, pedindo que o Espírito Santo venha sobre sua vida agora e reaviva o Dom em você! Deus está esperando por suas orações!

A obra do Espírito Santo


Ao falar da linguagem sobrenatural da oração do Espírito Santo, é preciso que fique bem claro que há "uma sociedade" nesta manifestação. O Espírito Santo não fala em línguas, somos nós que o fazemos;  mas por outro lado, não falamos de nós mesmos, somente o que o Espírito do Senhor nos inspira a falar. Se uma das partes desta sociedade faltar, não haverá a manifestação.
Partindo, deste princípio, tenha em mente o momento em que a manifestação inicia na sua vida. Lutero já dizia “que o Espírito Santo se aproxima em pontas de pés”.  Mas por que sermos cheios do Espírito Santo? Isso não seria fanatismo religioso? Ficar falando em línguas diferentes e muitas vezes sem recebermos as interpretações? Isso pode parecer infantil, mas acredite: - Não é! Existe um valor nessa manifestação, você precisa descobrir qual é a dimensão da edificação que se acontecera nessa diciplina.
O falar em línguas faz parte do propósito de Deus para as nossas vidas. É  uma poderosa ferramenta que o Espírito Santo usa para trabalhar em cada um de nós de forma profunda. Porém acho muito perigoso afirmar e tentar elaborar uma teologia para dizer que “todos são obrigados a falar em línguas”, pois o próprio apóstolo Paulo nos diz em I Co 14:5 - “Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas...” aqui fica claro o desejo do apóstolo. Isso é diferente de  afirmar que todos “devem” ou “são obrigados a” falar em outras línguas.
Diferente do que ele mesmo afirma no verso 31“Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados.” o dom de línguas por mais espiritual que seja,  pode vir a ser utilizado de forma carnal e egoística, (como estava acontecendo na igreja de Corinto). Egoísta sim, pois como esse é o menor dos dons ele também é o único dom que edifica apenas a pessoa que esta orando, não abençoa aos demais membros da comunidade como é o caso do dom de Curar Enfermidades, Operar Maravilhas ou até mesmo o de Profecia.
Ao declarar “todos podereis profetizar”, eu compreendo que o apóstolo Paulo estava dizendo aos coríntos que estava ao alcance das mãos deles esse dom. Que existe uma grande probabilidade de Deus conceder-lhes tal dom se assim seus filhos lhe pedirem. Creio que essa mesma aplicação pode ser feita a outros dons, e não esta limitada a profecia. Podemos parafrasear Paulo e diser que “todos podereis curar enfermos” ou quem sabe “todos podereis receber Palavra de Sabedoria ou Conhecimento”, no sentido de haver a disposição da igreja na terra a manifestações desses diversos dons para capacitar os cristãos a cumprirem a tarefa da Grande Comissão. Veja I Co 12.11, ali diz que o Espírito Santo “distribui as manifestações como lhe apraz”, e não como “nos apraz”.
Romanos 8:26-28 “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. 27  E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. 28  Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
Quais gemidos inexprimíveis são esses? Choro, lágrimas e quebrantamento? Para alguns esse gemidos são o falar em línguas estranhas. Pessoalmente acho um erro fazermos tal afirmação. Porém quando estamos em “oração de parto espiritual” podemos vir a gemer em espírito e as vezes eu já gritei, sentindo literalmente dores abdominais e falava poucas  palavras ou frases em língua estranha. Outras vezes já presenciei o inverso, num período de “oração de parto espiritual” retirei-me com algumas outras pessoas para uma sala reservada, onde ficamos sentados e sem fazer muito barulho, sentimos as dores de parto trazendo a existência algo que no mundo espiritual já estava ligado. Quem nunca entrou em trabalho de parto espiritual, jamais compreenderá o barulho de alguns irmãozinhos. Porém isso é assunto para outro dia.
A linguagem sobrenatural de oração é uma ferramenta do Espírito de Deus para realizar em nós sua obra. E há um motivo especial porque o Espírito Santo tocar justamente em nossa fala, a partir do momento que vem sobre nós. Centenas de pessoas já testemunharam que perderam seu medo de falar publicamente  depois de terem recebido esse dom. A fala é um ponto estratégico, e o Espírito Santo não toca exatamente nesta área em vão.

Tiago falou sobre o poder da fala:
"Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo. Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, então conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também os navios que, embora tão grandes e levados por impetuosos ventos, com um pequenino leme se voltam para onde quer o impulso do timoneiro. Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniqüidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. Pois toda a espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada pelo gênero humano; mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal." Tiago 3:2-8
A ciência tem descoberto em nossos dias o que há dois milênios atrás o Espírito Santo já havia revelado a seu povo: que o sistema nervoso da fala influencia todo o corpo. Mas além da influência natural, a Bíblia está mostrando que a fala tem também uma influência espiritual; mostrando que podemos submeter o controle de nossa fala a Deus ou ao Diabo.
Qual a causa do Espírito Santo controlar justamente esta área tão estratégica de nossa vida ao encher-nos com seu poder? É porque através da fala Ele poderá ampliar seu domínio em nós, e trabalhar com maior eficácia na execução do seu ministério! Também multiplicam-se aos milhares, os testemunhos de pessoas que só receberam o dom de falar em Línguas Estranhasdepois que passaram a confessar a um confidente seus pecados, policiaram seus pensamentos e freiaram  seus antigos palavrões.
O Espírito Santo trabalha nos homens. Desde o Velho Testamento, fazendo isso (Gn.6:3). Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8). O Espírito Santo está trabalhando neste exato momento, nos quatro cantos da terra, mesmo naqueles que ainda não conhecem a Deus. Entretanto, naqueles que ainda não conheceram a Jesus o Espírito Santo ainda não mora dentro delas, e elas nem sequer o conhecem, como declarou o Senhor Jesus: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós". João 14:16,17.
Nós precisamos conhecer profundamente e Ele habita em nós. Portanto, a forma como o Espírito Santo age em nossas vidas é muito mais profunda do que naqueles que ainda não são cristãos. Encontramos no Novo testamento o Espírito Santo falando com o gentio Cornélio, e essa obra faz parte de seu ministério. Mas se o Espírito Santo age nos gentios, ímpios, incircuncisos, chame como você preferir (...), você imagina o quanto Ele não deseja operar em nós?
Ele veio habitar em nós para cumprir a parte que toca no propósito divino. Quando Paulo escreve a Timóteo, fala do bom depósito em nós (II Tm.1:14); ou seja, há um investimento de Deus em nossas vidas! O propósito de Deus ao enviar o Espírito Santo para habitar em nós foi para que Ele produzisse algo em nossas vidas. Ao enviar Jesus ao mundo para morrer na cruz, o Pai estava depositando em toda a criação.
E saiba com certeza que o Espírito Santo não quer permanecer inativo. Habitar em você é parte do trabalho d’Ele, e à medida que você se rende, o agir Dele vai tornando-se cada vez mais intenso. O Espírito de Deus está em você para realizar a parte d’Ele no propósito eterno de Deus; veio lapidar a obra da redenção, pois esta é a parte que lhe cabe na ação da Trindade.
Tenha em mente o fato de que “todos podereis profetizar”. Essa afirmação não obriga Deus a conceder-nos os dons que desejamos. Porém já vimos que Paulo nos incentiva a “escolhermos com zelo os dons”,  logo fica claro a motivação do coração de nosso Deus. O Senhor é um pai que deseja ver-nos crescendo em intimidade e profundidade espiritual com Ele. Muito mais interessado em que você receba e exercite os Dons Espirituais, esta o próprio Deus que mediante sua graça e amor, nos concede a ação do seu Espírito, em nós e através de nós!
Até quando ficar com medo? Não seja tímido meu irmão.
Ore agora mesmo pedindo a Deus que lhe conceda o menor dos Dons... por que ao começar pelo falar em Línguas Estranhas??? Lembre-se do que esta escrito em:

 Lucas 11:13 - Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?

Mateus 3:11 - Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo

sábado, 19 de junho de 2010

Alguns avivamento atraves da historia




Deus é infinitamente poderoso para ainda hoje derramar sobre nós o seu Espírito como um rio transbordante, da mesma maneira como fez no passado.
IRINEU (130-200dC), bispo de Lyon, na Gália.
Declarou que no seu tempo muitos cristãos falavam línguas estranhas pelo Espírito e tinham dons, inclusive o de profecia. Irineu foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que, por sua vez, fora discípulo de João, o apóstolo.
JUSTINO MÁRTIR (100-165dC).
Nasceu na Palestina, converteu-se em Éfeso e morreu em Roma. Nos seus escritos, mencionou os dons espirituais em evidência nos seus dias, inclusive o dom de línguas estranhas pelo Espírito Santo.
ORÍGENES (185-254dC), teólogo de renome.
Afirmou que os dons espirituais, inclusive o de línguas, eram um facto notório nos seus dias.
CRISÓSTOMO (347-407dC), patriarca de Constantinopla.
No sentido eclesiástico oriental, o termo “patriarca” designa um bispo investido de prerrogativas e precedências especiais. Crisóstomo relatou um caso em que três membros da sua igreja falaram pelo Espírito Santo em persa, latim e hindu.
AGOSTINHO (354-430dC), bispo de Hipona, no Norte de África.
Deu testemunho de que as línguas estranhas estavam em evidência no seu tempo.
WALDENSES e ALBIGENSES (1140-1280dC).
Isso no Sul da Europa, em plena Idade Tenebrosa – a Era Medieval. Eles eram dissidentes da Igreja Romana, seguidores dos princípios bíblicos da salvação e da vida cristã em geral. Os historiadores afirmam que entre eles havia manifestações espirituais em línguas estranhas, segundo o Novo Testamento.
LUTERO (1483-1546).
Falava em línguas e profetizava, conforme depoimento histórico do Dr. Jack Deer, eminente professor e historiador baptista, do Seminário Teológico de Dallas. Essa informação também é encontrada nas obras História da Igreja Alemã, de Souer (volume 3, pág. 406) e Pentecostes para Todos, de Emílio Conde, pág. 88.
ANABAPTISTAS da Alemanha (1521-1550).
Havia entre eles manifestações do Espírito, inclusive dons espirituais e línguas estranhas, como regista a história.
HUGUENOTES (1560-1650). Eram, na França, protestantes, dissidentes quanto à forma de governo da época, no respeitante à liberdade religiosa. O historiador A. A. Boddy assim escreveu: “Durante a perseguição dos huguenotes, a partir de 1685, havia entre eles os que falavam em línguas, transbordantes de fervor espiritual”.
QUAKERS (1647-1650) e os SHAKERS (1771-1774).
Eram cristãos organizados em grupos distintos, no Nordeste da América do Norte, região da Nova Inglaterra. Dos Quakers (tremedores) e Shakers (puladores), diz a obra História da Igreja, de Philip Schaff, edição de 1882, que entre esses grupos havia manifestação de dons espirituais, inclusive línguas estranhas.
METODISTAS primitivos. Líder: João Wesley (1703-1791), inglês. O historiador Philip Schaff, na sua História da Igreja, edição de 1882, relata que esses metodistas pugnavam por uma vida santa e muitos tinham dons espirituais e falavam línguas. O movimento avivalista metodista começou em 1739, em Londres. Foi no Metodismo que teve maior expressão e vulto o Movimento da Santidade, na América do Norte, entre determinadas igrejas tradicionais, após o início do século XIX, do qual, quase um século depois, surgiu o atual Movimento Pentecostal.
IRVINGISTAS. Líder: Edward Irving (1822-1834), presbiteriano, da Igreja Escocesa de Londres. Irving testemunhou, entre outros factos, que, em 1831, uma irmã solteira, por nome Hall, cheia do Espírito Santo, falou em línguas num culto de oração. A Igreja Presbiteriana local, forçou o pastor Irving a renunciar ao seu pastorado por causa do avivamento que estava ocorrendo e seiscentos membros da igreja da Regent Square, de lá saíram com aquele pastor. Isso também está averbado na obra citada acima, de Schaff.
D. L. MOODY (1837-1899), poderoso evangelista e avivalista norte-americano. Ele era baptista e pregava a salvação em Cristo de modo diferente e objectivo. Pregava a plenitude do Espírito Santo e uma vida cristã cheia do poder do alto. Acerca da sua marcante cruzada cristã evangelística de Londres, em 1873 escreveu Robert Boyd: “Moody pregou à tarde no Auditório da Associação Cristã de Moços, em Sunderland. Em pleno culto houve manifestação de línguas estranhas e profecia. O fogo espiritual dominava o ambiente” (Moody and Sankey in Great Britain, 1875). Há muitos outros exemplos de que, ao longo da história, o Espírito Santo vem sendo derramado sobre aqueles que o buscam. A mundialmente conhecida e respeitada Enciclopédia Britânica, declara: “A glossolália (o falar noutras línguas) esteve em evidência em todos os avivamentos da história da igreja” (volume 22, pág. 282, ano 1944).
O declínio espiritual da igreja
A igreja do primeiro século, pelo poder do Espírito Santo, tornou-se uma força invencível para levar o Evangelho de Cristo aos lugares mais remotos da Terra e conquistou almas para Deus em todos os locais do poderoso Império Romano, até no palácio do imperador César, como se lê em Filipenses 1:13 e 4:22. No fim do primeiro século, a espiritualidade da igreja já havia arrefecido (Apocalipse 2:4,15,20; 3:16-18). Era tão decadente o seu estado que, para cinco das sete igrejas locais mencionadas em Apocalipse 2 e 3, a mensagem do Senhor foi: “Arrepende-te” (2:5,16,22;3:3,19). Nos dias do imperador Constantino, já no quarto século, a igreja foi tutelada pelo Estado, ganhando muita fama. Mas isso fê-la perder espiritualidade e poder. A decadência continuou até que ela se transformou numa organização humana na Idade Média (500-1500dC), em vez de ser um organismo divino, como Corpo de Cristo, como revela o Novo Testamento. Como já vimos, Martinho Lutero foi um homem que experimentou a presença poderosa do Espírito Santo. Deus levantou esse baluarte cristão, por quem a doutrina bíblica fundamental da justificação pela fé foi restaurada à igreja. Lutero foi o instrumento de Deus para desencadear o Movimento da Reforma Religiosa em 1517.
Outros movimentos avivalistas que se seguiram foram pelo Senhor usados para o retorno de outras doutrinas essenciais, como:
a) O avivamento liderado por Wesley – A doutrina da santificação.
b) Os morávios – As missões.
c) O Exército de Salvação – A evangelização e a acção social da igreja.
d) O Movimento Pentecostal – A dotação de poder do alto, mediante o baptismo no Espírito Santo, com a evidência física inicial no falar noutras línguas pelo Espírito, como ocorreu quando o Senhor Jesus baptizou os salvos pela primeira vez, em Jerusalém (Atos 2:1-4). Um exame da história, do ponto de vista religioso, mostra que os trinta anos que precederam o século XIX (1870-1900) foram, na igreja cristã em geral, de declínio espiritual, de disputas teológicas acirradas e vazias, de enfraquecimento na fé cristã, de “cristianismo” formal, de rejeição do sobrenatural, de profissionalismo ministerial, de inactividade na evangelização do mundo e de conformismo quanto à frieza espiritual. Ao mesmo tempo, em diferentes pontos do globo, pequenos grupos de homens e mulheres, movidos por Deus, confessando os seus pecados com arrependimento, clamavam a Deus em oração e jejum por um avivamento de busca da Palavra de Deus, de tristeza e repúdio pelo pecado – um avivamento de santidade e de derramamento de poder do alto para reavivar a igreja. Entre muitos líderes da igreja de então reacendeu a convicção de que há para o crente um baptismo no Espírito Santo subsequente à conversão como afirma Actos 1:4-5. Surgiu também, no íntimo deles, um incontido clamor pela evangelização do mundo, mediante missões estrangeiras, bem como a busca das operações sobrenaturais de Deus, como é o caso da cura divina e demais milagres, segundo as Escrituras. Já nesse tempo de sequidão espiritual, como regista a história, houve, em diferentes pontos do globo, muitos casos de cura divina e baptismo no Espírito Santo, com a manifestação de línguas estranhas.

domingo, 13 de junho de 2010

Avivamento do Pais de gales

De acordo com alguns estudiosos, o avivamento no País de Gales, um minúsculo principado da Grã-Bretanha, que ocorreu de 1904 a 1905, foi um dos maiores avivamentos na história, dado o curto tempo de duração e o impacto que causou, não só nas regiões circunvizinhas, mas através do mundo inteiro. Sem dúvida alguma, foi um dos grandes acontecimentos que viriam a marcar significativamente o início do século XX. Neste último capítulo na série de artigos, examinaremos os efeitos do avivamento, tanto imediatos quanto de longo prazo. Foi mero “fogo de palha” ou causou algum impacto mais duradouro? 

Nem sempre é possível colocar uma data precisa para o início de um avivamento. Geralmente o associamos a uma reunião especial ou a uma ocasião em que Deus começou a agir de modo especial. Contudo, se pesquisarmos, sempre encontraremos uma série de acontecimentos anteriores, como preparação de instrumentos e oração individual ou coletiva, que estavam em andamento muito antes da explosão maior vir à tona. 

Mais difícil ainda é identificar o final de um mover divino. Afinal, um avivamento não é uma mera campanha ou série de reuniões especiais, como às vezes o termo é usado, e não pode ser programado, iniciado e encerrado de acordo com planos humanos. 

Um mover de Deus geralmente não acaba instantaneamente; vai perdendo fôlego pouco a pouco, até que as pessoas concluam: “Parece que agora tudo está voltando ao normal”. E, quando se procura descobrir o que aconteceu, vários motivos podem ser apontados: tentativas humanas para organizar a obra do Espírito, orgulho, falta de sabedoria e discernimento no uso de dons, ênfase exagerada na busca por experiências, divisões. 

O Avivamento de Gales Acabou Muito Rápido?
De acordo com a maioria dos historiadores, o avivamento em Gales durou aproximadamente dezoito meses, de novembro de 1904 a abril de 1906. Embora tentasse não ocupar uma posição de liderança ou centralidade no avivamento (como vimos no capítulo anterior), Evan Roberts foi o instrumento que Deus usou para acender as chamas e para mantê-las acesas durante o período em que se alastraram pelo país. Ele não foi o único instrumento, mas era o principal e mais conhecido. 

Alguns meses depois do início do avivamento, a intensidade das viagens e reuniões começou a desgastar a saúde física de Evan Roberts. Já em março de 1905, havia sintomas problemáticos. Mesmo assim, ele continuou ativo até abril de 1906, quando, próximo de uma crise nervosa, retirou-se do ministério público para recuperar-se na casa da família Jesse Penn-Lewis. Nunca mais voltou ao cenário público, mas dedicou-se a uma vida de intercessão. 

Na verdade, o avivamento ainda continuou por mais algum tempo sob a liderança de vários outros evangelistas e homens de Deus, tais como Seth Joshua (que vimos na Parte II), mas não com o mesmo ímpeto de antes. 

Quando se pergunta por que o avivamento de Gales acabou em tão pouco tempo, há pelo menos duas respostas. A primeira, mais óbvia aos observadores humanos, foi realmente o fato de Evan Roberts ter-se retirado da cena de ação. Mesmo em moveres sobrenaturais, como avivamentos, Deus usa instrumentos humanos. Limitações humanas podem afetar um mover de Deus.

A segunda, menos evidente, mas não menos importante, é a seguinte: Avivamentos não são a vida normal da igreja. São intervenções divinas que podem afetar poderosamente um país ou época na história. Entretanto, nunca foram planejados por Deus para continuarem indefinidamente. Nas palavras de Kevin Adams, historiador do Avivamento de Gales, “um avivamento vem para vivificar e despertar a igreja; depois, ela precisa continuar cumprindo sua missão divina”. 

O aspecto mais importante de um avivamento não é a duração do fenômeno ou visitação em si – é o impacto que gera na igreja e na sociedade e a permanência dessas mudanças. 

Efeitos Imediatos do Avivamento
Nos primeiros seis meses do avivamento, estima-se que mais de 100.000 pessoas foram convertidas. Algumas já eram membros de igreja, mas nunca tiveram uma verdadeira experiência viva com Deus. Outras eram mais facilmente identificadas como “pecadoras”, gente que antes não queria saber de Deus ou da igreja. 

O efeito nas vilas, aldeias e locais de trabalho em todo o País de Gales era muito marcante. O ambiente nas minas de carvão, onde grande parte dos homens da região trabalhava, mudou completamente. Os mineiros, que já tinham de se levantar muito cedo para começar o trabalho, chegavam meia-hora antes para a reunião de oração. Às vezes, havia 200 pessoas ou mais, lá embaixo na mina, participando de uma reunião de avivamento. Os chefes e supervisores estavam lá também. Havia alegria e entusiasmo no ar. Os homens cantavam durante o trabalho e conversavam com colegas sobre arrependimento e conversão. 

Há várias histórias registradas sobre a mudança de clima nas minas. Um empregado estava com medo de perder o emprego, porque sua tarefa era cuidar dos cavalos e, agora, todos os mineiros convertidos estavam cuidando com muito mais responsabilidade, cada um do seu próprio cavalo. Mas isso não era o “pior”: os cavalos também estranharam a mudança. Acostumados a serem tratados com aspereza, palavrões e agressões, de repente ninguém mais gritava ou dava chicotadas. Os homens haviam sido “amansados” pela operação do Espírito, e os cavalos não lhes obedeciam mais – não estavam acostumados a serem tratados com mansidão!

O grande vício do povo na época era a bebida alcoólica. Os bares foram esvaziados. Muitos faliram e foram obrigados a fechar as portas. Com a queda na bebida, houve queda marcante nos índices de criminalidade. A vida nas famílias foi transformada, porque os homens ficavam em casa e davam mais atenção para esposas e filhos. 

No Avivamento de Gales, pelo que sabemos, não houve curas ou milagres. Não aconteceu nenhuma transformação de água em vinho, mas houve uma outra transformação, mais sutil, porém tremendamente sobrenatural: a transformação de cerveja em roupas e alimentos para as famílias carentes que antes passavam necessidade por causa do vício da bebida. 

Um médico foi entrevistado por um jornalista durante o avivamento. “O que o senhor está achando do avivamento?”

“Estou achando maravilhoso”, respondeu o médico. “As pessoas estão acertando todas as suas dívidas antigas. Contas que achei que nunca mais receberia estão sendo pagas.”

Um batismo de honestidade, um batismo de perdão, um batismo de reconciliação. Nos tribunais de justiça, às vezes não havia casos para serem julgados. A polícia ficava ociosa e, em um lugar, passou a formar quartetos para cantar nas igrejas, para ocupar seu tempo. 

Efeitos Duradouros
Embora o avivamento tenha acabado em menos de dois anos, seus efeitos continuaram por muito tempo. Mesmo os críticos admitiram que, depois de cinco anos, 80% dos convertidos ainda se encontravam firmes nas igrejas. Não foi um “fogo de palha”, como tantas vezes se tem visto, em que os números desaparecem logo após o fim dos fenômenos sobrenaturais. 

Outro ponto importante a notar é que os efeitos do avivamento não foram limitados à região imediata de Gales. As chamas foram se espalhando, transportadas por pessoas que viajavam ou se mudavam para outras partes da Grã-Bretanha ou do mundo. Muitos missionários saíram de lá, alcançando lugares distantes, como a Índia ou a África. Avivamentos começaram em vários outros países, diretamente influenciados pelas chamas que saíram de Gales, entre os quais o Avivamento Azusa nos EUA (1906) e o Avivamento na Coréia (1907). 

Muitos efeitos nunca poderão ser avaliados ou conhecidos. Como exemplo da transformação permanente que resultou do avivamento, podemos citar Jessie Davis, que foi entrevistada pelo historiador Kevin Adams quando já estava com mais de 80 anos, muito tempo depois do avivamento. 

“Muitas pessoas dizem que o avivamento acabou em pouco tempo. Como a senhora, que se converteu nesse avivamento, responde a essa crítica?”

“Quero dizer isto”, ela respondeu, “a chama que foi acesa no meu coração em 1906, quando eu era jovem, nunca mais se apagou. Está acesa ainda hoje!”

E estava mesmo, pois ela ainda mantinha uma reunião regular de oração na sua casa. Sem dúvida alguma, milhares e milhares de pessoas conheceram e se apaixonaram por Jesus na lua-de-mel de 1904, mas continuaram amando-o até o fim de suas vidas. 

Isso não aumenta sua fome e sede por uma genuína visitação de Deus nos nossos dias?

PR ANDERSON DEFABIO E PASTORA PRISCILA DEFABIO