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sábado, 6 de julho de 2013

TEMPO DE RESSUREIÇÃO

JESUS RESSUSCITA O FILHO DA VIÚVA - Lucas 7:11-16.


Jesus parou o cortejo fúnebre e ressuscitou o filho único de uma viúva.
Contexto do milagre. Jesus tinha um ministério itinerante, viajando especialmente pela província da Galiléia (compare Mt 4.23). Lucas diz que uma dessas viagens aconteceu um dia depois da cura do servo do centurião. Jesus chegou à cidade de Naim, que não ficava longe de Nazaré. Enquanto Ele chegava, uma grande multidão seguia um cortejo fúnebre. O costume judaico exigia que a pessoa fosse enterrada no dia em que morresse. O corpo não era carregado num esquife (caixão), como nosso texto sugere, mas num cesto aberto de vime. Era considerado importante para as pessoas acompanharem um cortejo enquanto este passava, a fim de que os enlutados pudessem ser acompanhados no sepultamento do ente querido. Logo, a ressurreição do filho da viúva foi testemunhada por muitas pessoas.
Personagens do milagre. Os personagens centrais no drama foram Jesus, a viúva, seu filho, e a multidão que acompanhava o cortejo.
Jesus. Apesar de Lucas enfatizar o lado humano de Jesus, esse é o único relato de milagre no qual Lucas menciona a compaixão de Jesus. Em contraste, a compaixão de Cristo pelos sofridos é mencionada três vezes em Mateus (14.14; 15.32; 20.34) e três vezes em Marcos (1.41; 6.34; 8.2). Ninguém nesse relato pediu ou esperava o milagre que Jesus fez.
A viúva. Lucas indica que Jesus teve compaixão "dela" (Lc 7.13). Enquanto Lucas descreve suas lágrimas, ele também apresenta duas razoes especiais pela reação emotiva de Jesus. Primeiro, o morto era o único filho dela. Segundo, a mulher era viúva. A situação de uma viúva nos tempos bíblicos é expressa nesta citação do rabino Eliézer: "Um escravo ganha ao receber a liberdade do seu senhor, mas, para uma mulher, é desvantagem, pois se torna desqualificada para receber temurah e perde seu sustento" (Gittim 12:b). Uma esposa era vulnerável no mundo antigo. Enquanto seu marido vivia, ele assumia a responsabilidade pelo seu sustento. Quando ele morria, precisava sustentar-se sozinha. O problema era complicado neste caso porque, no judaísmo do primeiro século, mulheres não podiam herdar propriedade dos seus maridos. Propriedades familiares eram transferidas aos filhos e, em casos especiais, a uma filha. Apesar de haver sistemas pelos quais maridos ricos podiam prover sustento para suas esposas mesmo depois de mortos, a típica família galiléia tinha poucos recursos. Então cabia ao filho mais velho cuidar da sua mãe, segundo o mandamento "Honra teu pai e tua mãe" (Ex 20.12). Mas a viúva de Naim era um personagem realmente trágico. Perdera seu marido, e agora seu único filho, ficando desamparada. Não é de admirar que jesus tivesse compaixão dela!
O filho morto. Quando Jesus ressuscitou o filho da viúva, ele o chamou de "jovem" (v. 14). O termo sugere que ele não era casado nem tinha filhos.
A multidão. A reação da multidão ao milagre de Jesus foi bem diferente da que ocorreu na cura do homem paralítico (Lc 5.26). Naquela cura, os líderes religiosos glorificaram a Deus, em vez de atribuir a cura a Jesus. Nesta cura, a multidão glorificou a Deus porque "grande profeta se levantou entre nós" (Lc 5.16).
Como a história se desenrola. Jesus "coincidentemente" chegou a Naim no momento em que o cortejo fúnebre saía. Jesus teve compaixão da viúva, disse-lhe para não chorar e colocou a mão no esquife para parar o cortejo. Então dirigiu-se ao jovem, mandando-o levantar-se. Restaurado à vida, o jovem sentou-se, começou a falar e foi devolvido por Jesus à mãe viúva. A multidão ficou maravilhada e glorificou a Deus por novamente levantar um profeta em Israel.
"Jovem, eu te mando: levanta-te!" (Lucas 7.14). Vários dos milagres de Jesus foram comparados aos de Elias e Eliseu no oitavo século a.C. Como esses dois profetas, cada um dos quais restaurou um defunto à vida, Jesus também ressuscitou mortos. Mas há uma diferença significativa na descrição do processo. Elias e Eliseu oraram, esperaram e até estenderam-se sobre os cadáveres antes que estes fossem ressuscitados. Jesus não orou a Deus. Simplesmente ordenou, e o jovem reviveu. Jesus tinha em si mesmo o poder de dar vida aos mortos, pois era Deus. O paralelo entre Jesus e os antigos profetas não passou despercebido às testemunhas. Sua exclamação alegre, "Grande profeta se levantou entre nós", reflete sua associação imediata de Jesus com Elias e Eliseu.
"Deus visitou o seu povo" (7.16). A expressão é idiomática, significando "Deus está agindo entre nós novamente!" Os milagres que marcaram a intervenção de Deus em Israel no passado estavam agora sendo realizados por Jesus. A história, certamente, chegara a um grande ponto decisivo!
"Vendo-a, o Senhor" (Lucas 7.13). Lucas relata anteriormente conversas nas quais outras pessoas chamam Jesus de "Senhor" (Lc $.8, 12; 7.6). Mas esta é a primeira vez em que Lucas refere-se a Jesus como "o Senhor". Com esse milagre, Lucas esperava que seus leitores reconhecessem Jesus como Senhor.
O significado do milagre. O milagre em Naim teve grande significância religiosa. Primeiro, revelou a compaixão de Jesus. Segundo, estabeleceu a extensão ilimitada do poder de Jesus. Ele exerceu controle sobre demônios (Lc 4.33-36, 41), doenças (Lc 5.12-15; 5.17-26), e agora até sobre a morte (Lc 7.11-17). Terceiro, sua correspondência aos milagres feitos por Elias e Eliseu marcou Jesus inconfundivelmente como profeta aos olhos do povo. No entanto, talvez haja uma mensagem ainda mais importante. Nesse milagre de vida restaurada, Jesus tomou a iniciativa. Ele também viu a necessidade, teve compaixão, foi ao encontro do homem morto e restaurou sua vida. Que descrição clara da nossa salvação! Não buscamos a Deus. Como pecadores perdidos, éramos hostis a Deus e considerados seus inimigos por causa das nossas obras pecaminosas (Cl 1.21). Mas Deus teve compaixão de nós, tomou a iniciativa e enviou seu Filho à terra para que, com sua morte no Calvário, Jesus viesse ao nosso encontro e nos tocasse. Com esta ação, Ele fez mais do que restaurar vida física. O Cristo crucificado e ressurreto nos ofereceu perdão e vida eterna. Jesus tomou a iniciativa, e tudo o que podemos fazer é aceitar pela fé a dádiva maravilhosa da vida que só Ele pode dar.

PR ANDERSON DEFABIO E PASTORA PRISCILA DEFABIO